- Explicação persegue estudiosos há séculos.
- Sinonímia lexical ocorre entre pares de palavras e expressões.
- Definição de identidade de significados muito ampla.
- Ter a mesma referência não é condição suficiente .
- É necessário, também, que tenham o mesmo sentido.
O que significa ter o mesmo sentido?
Assume-se que é ser capaz, em determinadas circunstâncias, de dizer se a sentença é verdadeira ou falsa.
Ilari & Geraldi (1987): “poderíamos dizer que duas sentenças são sinônimas sempre que podem ser substituídas no contexto de qualquer frase sem que a frase passe de verdadeira a falsa e vice-versa”.
1. a Todo careca sonha descer uma ladeira de bicicleta com os cabelos ao vento.
b. Todo calvo sonha descer uma ladeira de bicicleta com os cabelos ao vento.
Podemos dizer (a) ou (b) sem alterarmos a verdade ou falsidade das sentenças.
Careca e calvo têm o mesmo sentido e referência.
Há contextos em a sinonímia não se sustenta:
2. a O Argemiro não se irrita quando o chamam de calvo, mas não suporta ser chamado de careca.
b. O Argemiro não se irrita quando o chamam de careca, mas não suporta ser chamado de calvo.
A substituição altera os sentidos e as referências e a verdade ou falsidade.
Não é possível pensar em sinonímia fora do contexto de emprego.
Para Cruse (1986), é impossível se falar em “sinônimos perfeitos”: só faz sentido se falar em sinonímia gradual, pois, mesmo consideradas sinônimas, sempre sofrem algum tipo de especialização de sentido ou de uso.
A noção de sinonímia entre sentenças também é chamada de paráfrase.
Chierchia& McConnel-Ginet (1990) denominam sinonímia de conteúdo, quando as sentenças (a) e (b) são verdadeiras, exatamente, nas mesmas circunstâncias.
Escolhendo uma, e não outra sentença, os falantes podem estar passando alguma informação importante. Diferenças, tradicionalmente, conhecidas como conotação.
Sentenças ativas e passivas
- Não há consenso de que têm, exatamente o mesmo acarretamento.
- Pode haver duas interpretações.
- A escolha do tópico da sentença também altera a informação passada.
- A escolha pelo falante nunca é ingênua e sem significação.
3. a A polícia procura Sara.
b. Sara é procurada pela polícia.
Apesar da possibilidade de um acarretamento mútuo entre (a) e (b), parece que, em (b) , Sara é uma criminosa e (a) sugere que Sara está apenas desaparecida.
Frases aparentemente sinônimas podem ter diferenças de significado em função do foco e da entonação:
4. a. MARIA bateu o bolo. (Quem bateu o bolo?)
b. Maria bateu o BOLO. (O que Maria bateu?)
Alguma tipo de sinonímia tem se ser levada em conta: como poderíamos fazer traduções ou recontar histórias?
Algum tipo de equivalência semântica entre palavras e sentanças tem que ser tomada como base para tais operações linguísticas.
Cançado (2005) propõe o acarretamento mútuo como base.
Justificativas e comentários:
a. Maria não estáviva. b. Maria está morta.
A sentença (a) é sinônimo de conteúdo da sentença (b), porque (a) acarreta (b) e vice-versa. Quando colocadas em uso, no entanto, essas sentenças podem ter uma conotação diferente. Nesse caso, o emprego de (a) parece representar uma forma mais “suave”, menos “direta” de se passar a mesma informação contida em (b).
a. Todos os trabalhadores dessa empresa recebem dois benefícios.
b. Dois benefícios são recebidos por todos os trabalhadores dessa empresa.
Não há consenso se (a) e (b) acarretam as mesmas sentenças. Provavelmente, (a ) acarreta: existem dois benefícios e todos os trabalhadores recebem esses dois benefícios; ou, cada trabalhador recebe dois benefícios diferentes.
(b) , provavelmente, acarreta somente a primeira versão: existem dois benefícios que todos os trabalhadores recebem.
Além disso, a escolha do tópico da frase também altera a informação passada.
Obrigada pela conteúdo, de certa forma ajudou nas minhas dúvidas.
ResponderExcluirObrigada pela conteúdo, de certa forma ajudou nas minhas dúvidas.
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