quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Processos de significação- Trama de sentenças

UFT – Curso de Letras – Semântica


Um falante sabe relacionar sentenças. A essa propriedade, Oliveira (2001) chama de “trama de sentenças”. São muitas as relações semânticas entre sentenças: sinonímia, ambigüidade, anáforas, acarretamento, pressuposição....

Sinonímia

Com recursos diferentes pode-se expressar o mesmo significado? Há situação em que ocorre equivalência semântica? Existem sinonímias ou paráfrases perfeitas?

Para Oliveira (idem), não é incomum situação em que o falante de uma língua sabe intuitivamente que expressões distintas podem expressar o mesmo conteúdo semântico.

Se o falante sabe o significado de “Maria não está viva”, ele também sabe o significado da sentença “Maria está morta”. Com recursos diferentes, expressam o mesmo significado.
Se a sentença “ela está viva” é verdadeira, então, necessariamente, “ela não está morta” é verdadeira e vice-versa.
É um caso de sinonímia, porque há uma equivalência semântica .
A sinonímia denomina-se paráfrase quando se refere à equivalência entre sentenças.

(1) João é casado.

(2) João não é solteiro.

· Um falante que sabe o significado de (1), sabe também o significado de (2). O significado de ”ser casado” depende do significado de “ser solteiro”: ser casado é não ser solteiro.
· Será que (1) e (2) possuem o mesmo significado?
· O problema está na exigência de que as sentenças expressem o mesmo significado. Paráfrases “perfeitas” devem ser verdadeiras nas mesmas situações de mundo.

· Note-se que se João é casado, então ele necessariamente não é solteiro, mas o inverso não é válido.

· Se João não é solteiro, ele pode ser divorciado ou viúvo, suas condições de verdade não são exatamente as mesmas.

· Uma diferença semântica entre os pares “vivo/morto” e “casado/solteiro” é que no primeiro caso, ou se está vivo ou se está morto; enquanto que, no segundo, há 4 possibilidades de situação, ao menos na nossa sociedade: solteiro, casado, viúvo, divorciado.

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