quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sinonímia e Paráfrase sob uma perspectiva referencial

  • Explicação persegue estudiosos há séculos.
  • Sinonímia lexical ocorre entre pares de palavras e expressões.
  • Definição de identidade de significados muito ampla.
  • Ter a mesma referência não é condição suficiente .
  • É necessário, também, que tenham o mesmo sentido.

O que significa ter o mesmo sentido?

Assume-se que é ser capaz, em determinadas circunstâncias, de dizer se a sentença é verdadeira ou falsa.

Ilari & Geraldi (1987): “poderíamos dizer que duas sentenças são sinônimas sempre que podem ser substituídas no contexto de qualquer frase sem que a frase passe de verdadeira a falsa e vice-versa”.
1. a Todo careca sonha descer uma ladeira de bicicleta com os cabelos ao vento.
b. Todo calvo sonha descer uma ladeira de bicicleta com os cabelos ao vento.
Podemos dizer (a) ou (b) sem alterarmos a verdade ou falsidade das sentenças.
Careca e calvo têm o mesmo sentido e referência.

Há contextos em a sinonímia não se sustenta:
2. a O Argemiro não se irrita quando o chamam de calvo, mas não suporta ser chamado de careca.
b. O Argemiro não se irrita quando o chamam de careca, mas não suporta ser chamado de calvo.
A substituição altera os sentidos e as referências e a verdade ou falsidade.
Não é possível pensar em sinonímia fora do contexto de emprego.

Para Cruse (1986), é impossível se falar em “sinônimos perfeitos”: só faz sentido se falar em sinonímia gradual, pois, mesmo consideradas sinônimas, sempre sofrem algum tipo de especialização de sentido ou de uso.
A noção de sinonímia entre sentenças também é chamada de paráfrase.
Chierchia& McConnel-Ginet (1990) denominam sinonímia de conteúdo, quando as sentenças (a) e (b) são verdadeiras, exatamente, nas mesmas circunstâncias.
Escolhendo uma, e não outra sentença, os falantes podem estar passando alguma informação importante. Diferenças, tradicionalmente, conhecidas como conotação.

Sentenças ativas e passivas

  • Não há consenso de que têm, exatamente o mesmo acarretamento.
  • Pode haver duas interpretações.
  • A escolha do tópico da sentença também altera a informação passada.
  • A escolha pelo falante nunca é ingênua e sem significação.

3. a A polícia procura Sara.
b. Sara é procurada pela polícia.
Apesar da possibilidade de um acarretamento mútuo entre (a) e (b), parece que, em (b) , Sara é uma criminosa e (a) sugere que Sara está apenas desaparecida.

Frases aparentemente sinônimas podem ter diferenças de significado em função do foco e da entonação:
4. a. MARIA bateu o bolo. (Quem bateu o bolo?)
b. Maria bateu o BOLO. (O que Maria bateu?)

Alguma tipo de sinonímia tem se ser levada em conta: como poderíamos fazer traduções ou recontar histórias?
Algum tipo de equivalência semântica entre palavras e sentanças tem que ser tomada como base para tais operações linguísticas.
Cançado (2005) propõe o acarretamento mútuo como base.

Justificativas e comentários:

a. Maria não estáviva. b. Maria está morta.
A sentença (a) é sinônimo de conteúdo da sentença (b), porque (a) acarreta (b) e vice-versa. Quando colocadas em uso, no entanto, essas sentenças podem ter uma conotação diferente. Nesse caso, o emprego de (a) parece representar uma forma mais “suave”, menos “direta” de se passar a mesma informação contida em (b).

a. Todos os trabalhadores dessa empresa recebem dois benefícios.
b. Dois benefícios são recebidos por todos os trabalhadores dessa empresa.
Não há consenso se (a) e (b) acarretam as mesmas sentenças. Provavelmente, (a ) acarreta: existem dois benefícios e todos os trabalhadores recebem esses dois benefícios; ou, cada trabalhador recebe dois benefícios diferentes.

(b) , provavelmente, acarreta somente a primeira versão: existem dois benefícios que todos os trabalhadores recebem.
Além disso, a escolha do tópico da frase também altera a informação passada.

Antonímia e contradição


A definição de antonímia como oposição de sentidos entre as palavras não é suficiente, pois
os sentidos podem se opor de várias formas, ou, até mesmo, inexistindo uma oposição verdadeira.
Seguindo Hurford&Heasley (1983), far-se-á um delimitação de alguns tipos de oposição.
Três tipos básicos de antonímia
Binária ou complementar: pares de palavras que, quando uma é aplicada, a outra necessariamente não pode ser.
a. morto/vivo
b.casado/descasado
c. igual/diferente
Se duas coisas são iguais, elas não podem ser diferentes necessariamente; e vice-versa.

Antonímia inversa: quando uma palavra descreve uma relação entre duas coisas ou pessoas e uma outra palavra descreve essa mesma relação, mas em uma ordem inversa.
a. pai/filho
b. menor que/maior que
Se X é pai de Y, então Y é filho de X.
O mesmo se dá em relação a (b).
Antonímia gradativa: quando as palavras estão nos terminais opostos de uma escala contínua de valores.
a. quente/frio - ( morno)
b. alto/baixo - ( médio)
A negação de uma coisa não implica a afirmação da outra.
Contradição
-Oposição de sentidos entre sentenças.
-Está ligada à noção de acarretamento.
Quando dizemos que “João beijou Maria acarreta Maria foi beijada por João”, guiamo-nos pelo julgamento de que a conjunção de (a) com a negação de (b) é contraditória.
# João beijou Maria, mas Maria não foi beijada por João.
Símbolo # indica a contradição na sentença.
a. Esta mesa é quadrada.
b. Esta mesa é redonda.
Sentenças (a) e (b) são contraditórias quando:
_ (a) e (b) não puderem ser verdadeiras ao mesmo tempo; se (a) for verdade, (b) é falsa; e quando (b) for verdade, (a) é falsa.
=
_ A situação descrita pela sentença (a) não pode ser a mesma situação descrita pela sentença (b).
Casos de contradição

Presença de : Antonímia binária (a utilização de uma palavra implica a impossibilidade da outra):
# João é casado e descasado.
Antonímia gradativa ( palavras em terminais opostos):
#O homem é alto e pequeno.
Antonímia inversa:
# Este homem é pai de José, mas também é filho de José.
Também a negação desencadeia contradição:
#Maria viajou, mas Maria não viajou.
Nem sempre a ocorrência de antonímia resultará em contradição:
-Utilização de quantificação faz alternar os referentes dos sintagmas, possibilitando a utilização de pares antônimos: Algumas pessoas amam o Brasil, mas algumas pessoas detestam o Brasil.
-Vale ressaltar a utilização da contradição como um instrumento do discurso: o que é contraditório serve para passar alguma informação extra-sentencial. Também explorada nos textos literários.

Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Camões, Lírica)

Hiponímia e acarretamento sob a ótica de uma abordagem referencial

Hiponímia

  • relação estabelecida entre palavras, quando o sentido de uma está incluído no sentido de outra.
  • Estrutura-se o léxico em classes, ou seja, pastor alemão pertence à classe dos cachorros que, por sua vez, pertencem à dos animais.
    a. pastor alemão - cachorro - animal
  • O item mais específico que contém todas as outras propriedades da cadeia é chamado de hipônimo.
  • O item lexical que está contido nos outros, o item mais geral, é chamado de hiperônimo.
  • Por exemplo: em 1(a), pastor alemão é o hipônimo da cadeia apresentada, e animal, o hiperônimo.
  • A relação é assimétrica, ou seja, o hipônimo contém o seu hiperônimo, mas o hiperônimo não contém o seu hipônimo.
  • Ex.: Todo cachorro é um animal, mas nem todo animal é um cachorro.
  • Estendendo a noção de hiponímia para as sentenças, chegamos à noção de acarretamento.
    2 a. Isto é uma cadeira e é de madeira.
    b. Isto é uma cadeira de madeira.
  • Qualquer falante do português sabe que a informação contida em (2b) está incluída em (2 a ). Se a sentença em (2 a) for verdadeira, conseqüentemente, a sentença em (2b) também deverá ser verdadeira. Seria contraditório afirmar a primeira sentença e negar a segunda.

Acarretamento

  • Duas sentenças estabelecem uma relação de acarretamento quando:
  • a sentença (a) é verdadeira, a sentença (b) também é verdadeira;
  • a informação da sentença (b) está contida na informação da sentença (a);
  • a sentença (a) e a negação da sentença (b) são sentenças contraditórias (duas sentenças são contraditórias quando elas estiverem descrevendo situações que são impossíveis de ocorrer simultaneamente no mundo).
  • Tiramos, ao fazer os acarretamentos de uma sentença, todas as informações que acrescentamos a partir de nossa experiência, do nosso conhecimento de mundo, e deixamos somente o que está explícito nas relações expressas pelos itens lexicais, ou seja, o sentido exclusivamente literal.
  • Vejamos se a sentença em (3a) acarreta a sentença em (3b):
    a. Hoje o sol está brilhando.
    b. Hoje está quente.
  • A sentença (a) não acarreta (b), porque, se é verdade que hoje o sol está brilhando, não é necessariamente verdade que hoje está quente, ou seja, se (a) é verdade, (b) não é verdade necessariamente.

Processos de significação- Trama de sentenças

UFT – Curso de Letras – Semântica


Um falante sabe relacionar sentenças. A essa propriedade, Oliveira (2001) chama de “trama de sentenças”. São muitas as relações semânticas entre sentenças: sinonímia, ambigüidade, anáforas, acarretamento, pressuposição....

Sinonímia

Com recursos diferentes pode-se expressar o mesmo significado? Há situação em que ocorre equivalência semântica? Existem sinonímias ou paráfrases perfeitas?

Para Oliveira (idem), não é incomum situação em que o falante de uma língua sabe intuitivamente que expressões distintas podem expressar o mesmo conteúdo semântico.

Se o falante sabe o significado de “Maria não está viva”, ele também sabe o significado da sentença “Maria está morta”. Com recursos diferentes, expressam o mesmo significado.
Se a sentença “ela está viva” é verdadeira, então, necessariamente, “ela não está morta” é verdadeira e vice-versa.
É um caso de sinonímia, porque há uma equivalência semântica .
A sinonímia denomina-se paráfrase quando se refere à equivalência entre sentenças.

(1) João é casado.

(2) João não é solteiro.

· Um falante que sabe o significado de (1), sabe também o significado de (2). O significado de ”ser casado” depende do significado de “ser solteiro”: ser casado é não ser solteiro.
· Será que (1) e (2) possuem o mesmo significado?
· O problema está na exigência de que as sentenças expressem o mesmo significado. Paráfrases “perfeitas” devem ser verdadeiras nas mesmas situações de mundo.

· Note-se que se João é casado, então ele necessariamente não é solteiro, mas o inverso não é válido.

· Se João não é solteiro, ele pode ser divorciado ou viúvo, suas condições de verdade não são exatamente as mesmas.

· Uma diferença semântica entre os pares “vivo/morto” e “casado/solteiro” é que no primeiro caso, ou se está vivo ou se está morto; enquanto que, no segundo, há 4 possibilidades de situação, ao menos na nossa sociedade: solteiro, casado, viúvo, divorciado.

Contribuições de Frege


Sentido e referência

  • Para ele, o estudo científico do significado só é possível se diferenciarmos seus vários aspectos para retermos apenas os que são objetivos.
  • Exclui da Semântica o estudo das representações individuais que uma dada palavra pode provocar.
  • Ao ouvir o nome próprio estrela da manhã, formo uma idéia, uma representação só minha, uma vez que ela depende de minha experiência subjetiva de mundo.Tal estudo cabe à Psicologia.
  • À semântica cabe o estudo dos aspectos objetivos do significado, i. é, aqueles abertos à inspeção pública.
  • Podemos ter representações distintas de estrela, mas compartilhamos o sentido de estrela , já que concordamos quando alguém diz estrela apontando um certo objeto no céu.
  • O nome estrela da manhã é o que nos permite alcançar, falar sobre um objeto no mundo da razão pública, o planeta Vênus, sua referência.
  • O sentido é o que nos permite chegar a uma referência .
  • A referência de uma expressão é a entidade (s), o objeto ou o indivíduo que ela aponta no mundo .
  • No caso de uma sentença, a referência é seu valor de verdade.
    1) A estrela da manhã é a estrela da manhã. 2) A estrela da manhã é a estrela da tarde.
  • Só conseguimos explicar a diferença entre as sentenças 1 e 2 se distinguirmos sentido e referência.
  • Embora elas tenham a mesma referência, elas expressam pensamentos diferentes.
  • A sentença 2 é informativa, aprendemos alguma coisa com ela. Sua veracidade não pode ser apreendida a priori. Ela precisa ser verificada no mundo.
  • Diferentemente, a sentença 1 nos diz uma obviedade de que uma estrela é igual a ela mesma. Essa é uma verdade estabelecida independentemente dos fatos do mundo.
  • Todos nós já experimentamos a sensação de entusiasmo quando descobrimos que 3+3 é o mesmo que 10-4.
  • Ao tomarmos consciência das igualdades, descobrimos dois caminhos, dois sentidos, para uma mesma referência pode ser recuperada por meio de vários sentidos.
  • Todos nós já experimentamos a sensação de entusiasmo quando descobrimos que 3+3 é o mesmo que 10-4.
  • Ao tomarmos consciência das igualdades, descobrimos dois caminhos, dois sentidos, para uma mesma referência pode ser recuperada por meio de vários sentidos.
  • Frege propõe uma analogia com um telescópio apontado para a lua para estabelecer a diferença entre sentido e referência.
  • A lua é referência, sua existência independe daquele ou daquela que a observa.
  • Ela pode, no entanto, ser olhada a partir de diferentes perspectivas.
  • Assim, o sentido permite alcançarmos um objeto no mundo, mas é o objeto no mundo que nos permite formular um juízo de valor, i.é, que nos permite avaliar se o que dizemos é falso ou verdadeiro.
  • A linguagem é apenas um instrumento que nos permite alcançar aquilo que há, a verdade ou a falsidade.
    Intervalo I
  • Se você entendeu bem essa história de sentido e referência, diga qual a referência de: a capital da França, Paris, Paris é a capital da França.
  • Para Frege, um nome próprio deve ter sentido e referência.
  • Florianópolis e a capital de Santa Catarina são dois nomes próprios, porque têm sentido e nos permitem falar sobre um objeto no mundo, a cidade de Florianópolis.
  • Os nomes próprios são saturados porque eles expressam um pensamento completo e podemos, por meio deles, identificar uma referência.
  • Os nomes próprios são saturados porque eles expressam um pensamento completo e podemos, por meio deles, identificar uma referência.
  • Há, no entanto, expressões incompletas, que não os possibilitam chegar a uma referência, porque não expressam um pensamento completo.
  • É o caso da expressão ser capital de . Percebemos que ela é recorrente em inúmeras sentenças :

3) São Paulo é a capital de São Paulo.
4) São Paulo é a capital de Santa Catarina.
5) Florianópolis é a capital de Santa Catarina.

  • O que se repete é a expressão ser capital de, uma expressão insaturada.
  • Para expressar um pensamento completo, a expressão deve ser preenchida em dois lugares: um que antecede, outro que a sucede.
  • A expressão insaturada chama-se predicado.
  • Predicado ser capital de é um predicado de dois lugares, porque há dois espaços a serem preenchidos por argumentos: _______________ ser capital _________________.
  • Podemos transformá-lo em um predicado de um lugar: ______________ ser a capital de São Paulo.
  • Uma expressão insaturada combinada com um argumento gera uma expressão completa, um nome próprio, que tem como referência um valor de verdade, isto é, o verdadeiro e o falso.
  • E 4, o predicado ser capital de relacionado com São Paulo, gera o nome próprio São Paulo é a capital de São Paulo, que tem sentido, expressa um pensamento, e tem uma referência, a verdade.
  • Todos os meninos amam uma professora.
  • Temos a presença de dois quantificadores : o universal (todos) e o existencial (uma).
  • Essa sentença comporta duas interpretações.
  • Para todo aluno há pelo menos uma profª.que ele ama.
  • Quantificador universal (todo) antecede o existencial (uma)
  • Há uma única profª que todos os alunos amam.
  • Existencial precede o universal.
  • A X A
    B Y B X
    C Z C

Leitura distribuitiva Leitura não-distribuitiva

  • O modo como combinamos operadores, e os quantificadores são um tipo de operador, é importante porque sua combinação explica um tipo de ambigüidade, a ambigüidade semântica.
    João não convidou só a Maria.
    Ou João só não convidou a Maria, ou o João não só convidou a Maria, mas também outras pessoas.
    Diferença explicada pelos operadores não e só.
    Ou o não atua sobre o só, gerando não só.
    Ou o atua sobre o não , gerando só não.
  • Essa operação em que um operador atua sobre um certo domínio tem sido denominada de escopo.
  • Na primeira leitura, o operador tem escopo sobre a negação.
  • Na segunda, é a negação que tem escopo sobre o .

Intervalo II

  • Considere as seguintes sentenças. Recorte-as segundo os conceitos de predicado de Frege:
    a. João é casado com Maria.
    b. Maria é brasileira.
    C. Adriano é jogador de futebol.
  • A partir dos conceitos de quantificador universal e existencial e da noção de escopo, descreva as sentenças abaixo:
    a. Todo homem é casado com alguma mulher.
    b. Um homem é casado com todas as mulheres.
    c. A Maria não dançou só com Pedro.

Histórico das Idéias Lingüísticas

Curso de Letras – Semântica

“O mistério da idéia incorporada à matéria fônica, o mistério da palavra, do símbolo lingüístico, do Logos, um mistério que pede para ser elucidado” Roman Jakobson

Situando a questão semântica em uma breve história dos estudos da linguagem

A complexidade do fenômeno lingüístico há muito desafia a compreensão do homem em diferentes locais e épocas. Vamos traçar, brevemente, a história da construção desse saber metalingüístico, enfatizando a problemática do significado, objeto dos estudos semânticos.

1. IV a.C - Remontam ao século IV os primeiros estudos. Razões religiosas levaram os hindus a estudarem sua língua – o Sânscrito – para que os textos reunidos nos Vedas não sofressem modificação no momento de serem proferidos. Mais tarde, os gramáticos hindus, entre os quais Panini (séc. IV a. C.) dedicaram-se a descrever minuciosamente sua língua, produzindo modelos, principalmente em fonética, que foram descobertos pelo ocidente no final do século XIX.

2.
IV/V a.C - A história registrada da lingüística ocidental começa com um confronto entre duas visões da língua fundamentalmente opostas: a língua como fonte de conhecimento e a língua como um simples meio de comunicação. Os gregos preocupavam-se, principalmente, em definir as relações entre o conceito e a palavra que o designa, ou seja, tentavam responder à pergunta: haverá uma relação necessária entre a palavra e seu significado? A língua tem algum vínculo direto e essencial com a realidade, espiritual ou física, ou é puramente arbitrária? As implicações são consideráveis: se a língua contém ou espelha a realidade, então o estudo da língua é um caminho para o conhecimento da realidade. Mas, se é arbitrária, então nada de maior importância pode ser obtido com seu estudo, assim, o objeto de estudo será o entendimento da linguagem e nada mais. O primeiro texto ocidental sobre a linguagem, o Crátilo, de Platão, trata dessa questão. Dos três interlocutores retratados, Crátilo sustenta que a língua espelha exatamente o mundo; Hermógenes defende a posição contrária, a de que a língua é arbitrária, e Sócrates representa a instância intermediária, ressaltando tanto os pontos fortes quanto as fraquezas dos argumentos dos outros dois, buscando levá-los a uma solução conciliatória. A afirmação inicial de Hermógenes de que os nomes são inteiramente arbitrários e podem ser impostos à vontade é refutada por Sócrates, que assinala que as palavras são ferramentas, assim como uma lançadeira defeituosa não pode ser usada para tecer, também as palavras precisam ter propriedades que as tornem apropriadas ao uso. Pede então a Hermógenes que faça duas suposições: a de que as palavras são corretas, pois do contrário não cumpririam sua função; e a de que, tendo surgido por convenção, elas devem ter sido inventadas por alguém, humano ou divino: o nomoteta (“legislador”). A correção natural dos nomes, contestada por Hermógenes, é ilustrada por Sócrates numa série etimológica baseada em associação semântica. Por exemplo, o corpo (soma) é assim chamado porque é o túmulo (sema) ou sinal (também sema) da alma, enquanto relâmpago (astrapê) é assim chamado porque atrai nosso olhar para o alto (ta opa anatréphei). Pouco a pouco, Platão leva o leitor a se dar conta de que há elemento de verdade em ambas as posições. Embora muitas palavras possuam uma correção intrínseca, de acordo com a phýsis, aquelas palavras em que tal estrutura natural não pode ser detectada são entendidas por convenção, thései.
Uma vez que já fora aceito que a conexão entre palavras e coisas não era direta, mas indireta, ainda faltava determinar a natureza exata desse relacionamento. Aristóteles delineou um processo em três etapas: os signos escritos representam os signos falados; os signos falados representam impressões na alma; e as impressões na alma são a aparência das coisas reais. As impressões e as coisas são, segundo Aristóteles, as mesmas para todos os homens, ao passo que diferem as palavras que representam as interpretações. Esse esquema levantou dificuldades. Os estóicos (séculos III-II a.C) e outros autores a seguir, preferiram acrescentar uma etapa entre a recepção passiva da impressão e a fala: o conceito, uma noção que pode ser verbalizada. Assim, embora todos os homens possam receber as mesmas impressões das coisas que percebem, os conceitos que eles formam dessas impressões diferem, e são eles que são representados na fala.
Tentando proceder a uma análise precisa da estrutura lingüística, Aristóteles chegou a elaborar uma teoria da frase, distinguindo as partes do discurso e a enumerar as categorias gramaticais. Desenvolveu estudos sobre o silogismo, destacando as relações lógicas entre as sentenças. Escreveu uma Poética, uma Retórica, um livro de Dialética (os Tópicos) e dois tratados de Lógica (Analíticas I e II), além de duas obras introdutórias sobre a linguagem e o pensamento em geral (Categorias e Da Interpretação). Enxerga-se aí uma teoria denominada por alguns estudiosos de Teoria dos Quatro Discursos, a qual. pode ser resumida em uma frase: o discurso humano é uma potência única, que se atualiza de quatro maneiras diversas: a poética, a retórica, a dialética e a analítica (lógica).
Etimologicamente falando, o termo gramática (do grego grammatiké, gramma “letra” + tékhne “arte”]) surge na Grécia entre os séculos V-IV a. C., para designar a técnica das letras da escrita alfabética grega.
A gramática grega conheceu sua codificação na gramática de autoria atribuída a Dionísio Trácio (Tékhné Grammatiké, II a. C.), a primeira gramática do Ocidente, seguida de Apolónio Díscolo (Sintaxis, século I), ambas respondem pela codificação gramatical como forma de resolver problemas filológicos das obras homéricas e protegê-las da mudança lingüística. Deste modo, gramática e filologia confundidas passam a ser a exegese dos textos clássicos da literatura.

3. Transição para a Era Cristã: Dentre os latinos, destaca-se Varrão. Nas porções remanescentes de sua obra De língua latina, estabelece dicotomias problemáticas: o papel da natureza e da convenção na origem das palavras, e a questão da analogia e da anomalia na regulação do discurso. Tal com o Platão, Varrão conclui que o significado original das palavras, imposto em concordância com a natureza, foi obscurecido em diversos casos pela passagem do tempo, e que a etimologia pode freqüentemente ajudar a recuperar o significado verdadeiro e original. Por etimologia, Varrão entende um tipo de explicação semântica, em vez da explicação fonológica da etimologia histórica a que estamos acostumados. São pouquíssimas as gramáticas do período entre Varrão e Quintiliano que sobreviveram até nós. A educação romana sob o Império era destinada à formação de oradores. Depois de se alfabetizar com o litterator ou magister ludi, as crianças estudavam gramática e aplicavam-na à análise de textos literários sob a tutela do grammaticus , e finalmente eram guiadas pelo rhetor na composição de discursos elegantes. Diversos grammatici compilaram seus próprios manuais de ensino. Uma obra típica, a Ars maior de Donato (350 d.C.) era dividida em três livros: I. vox (voz, som substância fônica); litterae (som da fala, letra), sílaba, acentos e pontuação; II. partes do discurso: nome, pronome, verbo, advérbio, particípio, conjunção, preposição e interjeição; III. apresentava os barbarismos (erros na forma das palavras), solecismos (colocações erradas das palavras), e várias figuras de retórica. Sob vários aspectos, o conteúdo de uma gramática antiga não é diferente do de uma gramática da língua materna atual.

4. Idade Média – É na tradição latina que devemos buscar a corrente dominante do pensamento lingüístico medieval, pois o latim era a língua da intelectualidade e da erudição – a língua internacional que unia todos os cristãos letrados. Na teoria, o grego e o hebraico possuíam o mesmo status do latim, reverenciados como as “três línguas sagradas” inscritas na cruz de Cristo. A distinção entre grammatica speculativa e grammatica positiva correspondia, grosso modo, à divisão entre ciência e tecnologia. No final do século XII, há um impulso ao estudo do aspecto universal da linguagem. À medida que as obras de Aristóteles até então inacessíveis entravam em circulação, a partir de 1140, os estudiosos experimentaram as novas idéias em cada um dos ramos tradicionais do conhecimento. Com a Metafísica e outras obras, eles aprenderam a questionar a própria natureza das disciplinas tradicionais. Aristóteles tinha oposto as disciplinas especulativas (ou teóricas) às habilidades práticas. “O objetivo do conhecimento teórico é a verdade, enquanto o do conhecimento prático é a eficácia.” Assim, o arquiteto entende os princípios subjacentes ao desenho dos edifícios, ao passo que o construtor simplesmente possui o conhecimento técnico relativo à mistura da argamassa. Essa dicotomia entre ramos práticos e teóricos foi estendida à linguagem. A grammatica speculativa investigava os princípios universais da gramática, enquanto a grammatica positiva se preocupava com detalhes de uma língua particular. Os mais conhecidos adeptos da gramática especulativa foram os modistas (modistae), um pequeno grupo de eruditos em atividade na Universidade de Paris entre 1250 e 1320. Sua doutrina se baseava na noção dos modi significandi, “modos de significação”, que fornecia um arcabouço para se descrever o processo de verbalização. Na concepção modista, o objeto do mundo real, externo ao conhecimento humano, podia ser apreendido como um conceito pelo entendimento, e o conceito podia ser dado a conhecer por um signo falado, tornando-se um significado, res significata. As propriedades da res significata, seus modi significandi (diretamente derivados das propriedades do objeto no mundo real) serviam para diferenciar gramaticalmente as unidades semânticas (dictiones).

5. Século XVI – A religiosidade ativada pela Reforma provoca a tradução da Bíblia em numerosas línguas, apesar de manter-se o prestígio do latim como língua universal. Período das gramáticas vernáculas, os vernáculos europeus estavam se apoderando de áreas antes dominadas pelo latim: crônicas, estatutos eram registrados no dialeto local ou na recém-padronizada língua nacional (Antonio de Nebrija, autor da primeira gramática do espanhol, 1492, adoção da perspectiva derivacional; Fernão de Oliveira, autor da primeira gramática da língua portuguesa, 1536). Em 1502, surge o dicionário poliglota, marcado pelo interesse pelos aspectos que diferenciavam uma língua da outra no tocante à forma. O elemento semântico, a “alma” encarnada do “corpo” da palavra já não parecia tão interessante. Com a crescente consciência da diversidade de línguas, tornou-se urgente uma reavaliação entre as línguas. Descenderiam todas do hebraico, como se imaginou durante toda a Idade Média? Ou a língua original da humanidade teria se perdido na Babel? A etimologia, concentrando-se cada vez mais na comparação das formas do que na dos significados, tornou-se uma ferramenta para se provar uma hipótese depois da outra, e os autores se gabavam do número de línguas que tinham analisado para elucidar o vocabulário de seu próprio idioma.

6. Séculos XVII e XVIII – a Grammaire générale et raisonné (1660) de Claude Lancelot e Antoine Arnauld espelha o encontro da gramática particular coma filosofia. Demonstra que a linguagem se funda na razão e é a imagem do pensamento e que os princípios de análise estabelecida não se prendem a uma língua particular, mas servem a toda e qualquer língua. As operações mentais foram transformadas na base das distinções gramaticais. As três operações primárias– formar um conceito - “redondo”, fazer um julgamento como “a terra é redonda” e raciocinar – forneciam o arcabouço para distinguir as várias partes do discurso e para o estudo da sintaxe. Como essas operações e suas conseqüências lingüísticas são universais, elas podem ser exemplificadas por meio de qualquer língua, e o francês e o latim forneciam a maioria dos exemplos. Dessa maneira, a célebre análise da oração “Deus invisível criou o mundo visível” mostra como três proposições mentais distintas (que Deus é invisível, que Ele criou o mundo, e que o mundo é visível) estão incluídas nessa única proposição verbal. Tendo definido o verbo como uma palavra cujo uso principal é significar a afirmação – como em “o mundo é redondo”, os autores concluem que somente no verbo “ser” essa função se realizava em sua forma mais simples; outros verbos, “viver” por exemplo, são analisados como consistindo do verbo “ser” mais um atributo: “é vivente”. Esta análise é característica da análise lógica, em vez de gramatical do enunciado.

7. Século XIX – O conhecimento de um número maior de línguas vai provocar o interesse pelas línguas vivas, pelo estudo comparativo dos falares, em detrimento de um raciocínio mais abstrato sobre a linguagem. É o período das gramáticas comparadas e da Lingüística Histórica. O pensamento lingüístico contemporâneo formou-se a partir dos princípios metodológicos elaborados nessa época, mesmo que em novas bases. O estudo comparativo vai evidenciar que as línguas se transformam com o tempo, independente da vontade do homem, seguindo uma necessidade própria da língua e manifestando-se de forma regular. Franz Bopp é considerado o estudioso que se destaca nessa época. A publicação, em 1816, de uma obra sobre o sistema de conjugação do sânscrito, comparado ao grego, latim persa e ao germânico é considerado como marco do surgimento da Lingüística Histórica. A semelhança entre as línguas vai evidenciar uma relação de parentesco, constituindo, portanto, uma família, a indo-européia. O progresso ocorrido no século XIX foi acompanhado por uma descoberta fundamental que veio alterar o próprio objeto dos estudos da linguagem – a língua literária. Os estudiosos compreenderam que as mudanças ocorridas nos textos escritos poderiam ser explicadas por mudanças que teriam acontecido na língua falada. A lingüística moderna, embora também se ocupe da língua escrita, considera a prioridade da língua falada como um dos seus princípios fundamentais. Um dos marcos da constituição da Semântica disciplina lingüística é a obra “Ensaio de Semântica” de Michel Bréal (1897). O termo semântica foi inicialmente usado em um artigo de Bréal intitulado “Les lois intelectuelles du langage – fragment de semantique”, de 1883. De suas obras, importa destacar: i) as questões de significação não podem ser tratadas pela via etimológica, mas pela consideração de seu emprego; ii) é preciso considerar a palavra em sua relação com outras palavras, no conjunto do léxico, nas frases em que aparecem.


8. Século XX – A Lingüística passa a ser reconhecida como científica a partir da divulgação da obra de F. de Saussure – Cours de Linguistique Générale (1916). O trabalho científico consiste em observar e descrever os atos a partir de determinados pressupostos teóricos, ou seja, o lingüista aproxima-se dos fatos orientado por um quadro teórico específico. A distinção linguagem/língua/fala situa o objeto da Lingüística para Saussure. Para o mestre genebrino, “a lingüística tem por único objeto a língua considerada em si mesma e por si mesma”. A língua é um “sistema de signos” – um conjunto de unidades que se relacionam organizadamente dentro de um todo. Embora não haja menção ao termo dicotomia no texto do CLG, é assim que se costuma chamar os 4 pares de conceitos que fazem uma síntese das propostas de Saussure para a criação de um novo objeto teórico para a Lingüística. A palavra dicotomia provém do grego e quer dizer “divisão em partes iguais”. Uma dicotomia em Saussure diz respeito a um par de conceitos que devem ser definidos um em relação ao outro, de modo que um só faz sentido em relação ao outro. São 4 as “dicotomias”: sincronia X diacronia; língua X fala; paradigma X sintagma.
Em princípio, a definição de signo lingüístico parece simples. Saussure define signo como uma relação entre uma imagem acústica, que ele chamou significante, e um conceito que denominou significado. A definição de signo traz, porém implicações no que diz respeito ao estatuto da linguagem e a seu papel entre os fatos humanos. Pensa-se, comumente, que se vive em um mundo repleto de coisas e que nos referimos a elas com as palavras. Nessa concepção, há uma relação mais direta ente as palavras e coisas, de modo que a língua é entendida como uma nomenclatura. Com a definição de signo, Saussure demonstra que a relação não é esta, entre palavras e coisas, mas sim entre uma imagem acústica e um conceito, ou seja, entre significante e significado.
Isso implica que a língua não é uma nomenclatura, mas um princípio de classificação. Vejamos: se existe um mundo repleto de coisas e cabe à língua apenas nomeá-las, ela acaba por reduzir-se a um reflexo das coisas. Desse ponto de vista, a língua não tem domínio próprio, pois como um reflexo das coisas do mundo, é entendida apenas como uma coleção de nomes. No ponto de vista de Saussure isso não acontece. Ao afirmar que a relação é entre um significante e um significado, a relação entre as coisas do mundo e as palavras deixa de ser considerada na definição de língua. Um significante e um significado formam um signo que, por sua vez, é definido dentro de um sistema, ou seja, um signo ganha valor na relação com outros signos. Esse conceito traz a significação para dentro da língua e de sua estrutura. O que significa são os signos em suas relações com os outros signos e não a relação entre as palavras e as coisas. Se os signos significam dentro de um sistema lingüístico, esse sistema compreende uma visão do e mundo, ou seja, um principio de classificação que, projetando-se sobre as coisas do mundo, classifica-as de acordo com sua estrutura interna. Um conceito, ou seja, um significado é uma idéia que modela um determinado modo de compreender as coisas. Esse conceito deve, necessariamente, estar relacionado a um meio de expressá-lo. É preciso, então, relacionar o conceito a uma imagem acústica, ou seja, a um significante. Essa maneira de ver o mundo varia de língua para língua, já que cada uma delas é definida por um sistema próprio de signos.
Afirma-se assim que é a partir de uma língua que se vêem as coisas do mundo e ao não o contrário. Enquanto na concepção da língua como uma nomenclatura são as coisas do mundo que determinam as ‘’coisas’ da língua, na concepção da língua como um principio de classificação é a língua que determina as coisas do mundo.
É necessário distinguirmos entre semântica ditas objetivistas ou realistas, que postulam que há uma ordem no mundo que dá conteúdo à linguagem, e semânticas mais próximas do relativismo, que acreditam que não há ordem no mundo que seja dada independentemente da história da linguagem.
A reflexão sobre o significado, ao menos na lingüística, não se caracteriza como monolítica. Há varias maneiras de se estudar o significado, no Brasil, há três grandes orientações teóricas: Sem. Argumentativa, Sem. Cognitiva e a Sem. Formal. Elegemos a Semântica Formal por sua precedência sobre as outras. Ao seu estudo, portanto!
WEEDWOOD, B. História Concisa da Lingüística. São Paulo: Parábola Editorial, 2002 (compilação).

Plano de Curso

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
Curso de Letras - Campus de Porto Nacional
Disciplina: Semântica
Período: 6º - 2º semestre / 2009
Profª Juscéia Aparecida Veiga Garbelini
(jusceia@uft.edu.br)

CRONOGRAMA
Encontro 01

1.1 Apresentação do plano de curso
1.2 Situar os estudos semânticos no campo dos estudos da linguagem

Encontro 02

1.2.1 O sentido e a linguagem
1.2.2 A semântica enquanto disciplina lingüística
1.2.3 O objeto da semântica

Protocolo de leitura
Atividade individual:
leitura do cap. 1 – O campo da semântica , em Semântica Formal , (Oliveira , 2001)
Questões de trabalho (entrega- encontro 03)

Encontro 03

Abordagem referencial - a Semântica Formal
Protocolo de leitura
Atividade individual: leitura do capítulo 3 – Significado: sentido e referência, em Semântica Formal (Oliveira, 2001)
Questões de trabalho – entrega no encontro 04

Encontro 04

Sentido e Referência
Protocolo de leitura : Hiponímia e acarretamento/síntese de conceitos.
Manual de Semântica, de Márcia Cançado (2005), pp.27/31.


Encontro 05

Hiponímia e acarretamento

Protocolo : questões de trabalho, pp.31/33

Encontro 06

Questões de trabalho
Protocolo de leitura : síntese do conceito, pp.33/39

Encontro 07

Pressuposição

Protocolo : questões de trabalho, pp. 39/41
Encontro 08

Questões de trabalho
Protocolo de leitura : Sinonímia e paráfrase/ síntese de conceitos.

Encontro 09

Sinonímia e paráfrase
Questões de trabalho
Protocolo de leitura : síntese dos conceitos, pp. 47/50

Encontros 10

Antonímia e contradição
Ambigüidade
Questões de trabalho
Protocolo de leitura : síntese dos conceitos, pp. 52/57

Encontro 11

Anomalia
Dêixis e anáfora
Questões de trabalho

Protocolo de leitura : síntese dos conceitos, pp. 94/98

Encontro 12

Protótipos
Protocolo de leitura : síntese dos conceitos, pp. 99/107

Encontro 13

Questões de trabalho

Encontro 14

Metáforas
Protocolo de leitura : síntese dos conceitos, pp. 112/117

Encontro 15

Questões de trabalho

Encontro 16

Papéis temáticos
Protocolo de leitura : síntese dos conceitos, pp. 118/124

Encontro 17

Atividades de avaliação

Encontro 18

Refacção das atividades de avaliação




CURSO DE LETRAS – CAMPUS DE PORTO NACIONAL
Disciplina : Semântica
Profª Drª Juscéia Aparecida Veiga Garbelini
Período: 6º (Matutino) – 2º semestre 2009
Ementa: Fundamentos do significado e da produção de sentidos. Abordagem referencial. Abordagem mentalista . Papéis temáticos

Objetivo geral: situar a semântica como parte de uma teoria lingüística geral e explicitar suas tarefas; apresentar, discutir e trabalhar com as noções semânticas fundamentais a partir de diferentes modelos.

Conteúdo programático: unidades e subunidades
1.Introdução à semântica
1.1 O sentido e a linguagem
1.2 A semântica enquanto disciplina lingüística
1.3 O objeto da semântica
2. Semântica da referência
2.1 Sentido e referência
2.2 Acarretamento e pressuposição
2.3 Sinonímia e paráfrase
2.4 Antonímia e contradição
2.5 Ambigüidade
2.6 Anomalia, dêixis e anáfora
2.7 Relações de escopo
3. Abordagem mentalista
3.1 Protótipos e metáforas
4. Papéis temáticos
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Metodologia

Aulas expositivas, discussões temáticas, trabalhos individuais e em grupo para resolução de questões explorando temas semânticos.
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Avaliação

Formativa e somativa: questões de trabalho; protocolos de leitura; elaboração de resumos; resolução de exercícios; verificação escrita.

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Bibliografia

CANÇADO, M. Manual de Semântica. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2005
ILARI & GERALDI. Semântica. São Paulo: Ática, 1985.
GUIMARÃES, E. Os limites do sentido: um estudo histórico e enunciativo da linguagem. São Paulo: Pontes, 2002.
MÜLLER, A.L. & VIOTTI, E. Semântica formal. In: FIORIN, J.L. (ORG.). Introdução à lingüística II – Princípios de análise. São Paulo:Contexto, 2003.
OLIVEIRA, R. Semântica Formal: uma breve introdução.Campinas: Mercado das Letras, 2001